quarta-feira, 12 de março de 2008

A cidade do gelo


Com um limão, nós fazemos uma limonada ou uma caipirinha, dependendo do tipo de sede. Já a cultura chinesa em Harbin [pronuncia-se Rā ěr pīm] é com uma barra de gelo fazer qualquer coisa, até mesmo uma nova cidade, como a desta foto, construída a partir de várias barras de gelo.

Localizada no nordeste da China, na região da Manchúria, próxima à Sibéria, na Rússia, Harbin é a capital da Província de Heilongjiang [Rēi lóm diēm]. O frio extremo do inverno, com temperaturas que chegam a 40º C abaixo de zero, permite que seja realizado ali, a partir de 5 de janeiro, o Festival Internacional de Gelo e Neve, que oficialmente se repete desde 1985, apesar de ter começado bem antes disso. Mais precisamente em 1963. Vale a pena visitar o link aí do lado, pois disponibiliza várias fotos, inclusive dos anos de 2003, 2005 e 2007. Parece que quem vai para lá quer voltar sempre... A abertura acontece no início de janeiro, mas enquanto houver frio intenso, há o que ver por lá.


As obras em neve ficam em espaço separado, mas todas são expostas a céu aberto, ficando ainda mais bonita à noite, devido à iluminação.


Apesar da beleza do festival, 2005 não foi um bom ano para a região, que teve o rio Songhua contaminado em novembro daquele ano por cerca de 100 toneladas de benzeno e nitrobenzeno após a explosão de uma indústria química. O problema ambiental comprometeu a imagem da cidade, tida como uma das dez maiores cidades da China e onde é possível provar pratos típicos da região, muito influenciada pela proximidade com a Rússia.

sexta-feira, 7 de março de 2008

O Dragão levanta suas asas

Comece a identificar seus "memory cards": com a inauguração do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Pequim, é provável que quem chegue à cidade encha um cartão de memória apenas com fotos do próprio aeroporto, oficialmente em funcionamento desde 2 de março de 1958.

O T3 foi inaugurado em 29 de fevereiro e sozinho ocupa uma área 17% maior que a soma dos cinco terminais de Heathrow, em Londres. É o maior do mundo, e seu teto em forma de dragão mede 3.250 metros de comprimento por 785 metros de largura. São 175 escadas rolantes, 173 elevadores e 437 esteiras deslizantes.

O projeto foi elaborado pelo arquiteto inglês Norman Foster, que compreendeu a necessidade de aceitar a cultura local. Especialistas em Feng Shui estudaram o projeto e sugeriram alterações, que foram atendidas. "O Feng Shui tem um lado científico e outro supersticioso. Nós usamos o lado científico", disse o arquiteto Shao Weiping, ligado à Beijing Architectural Design, parceira de Foster, ao Los Angeles Times.

Jonathan Parr, que trabalha com Foster e esteve envolvido no projeto desde o início, explicou a participação do consultor. "Fomos aconselhados por um especialista em Feng Shui para desenhar a aéra de desembarque. Toda a configuração e desenho foram feitos para serem calmos e convidativos, que é exatamente o que nós queríamos. "

O próprio Foster, no entanto, preferiu falar da estrutura da obra. "Se eu pudesse mostrar a magnífica estrutura em aço, as magníficas colunas definidas por curvas compostas sutis, acredito que você ficaria impressionado. Isso vem da experiência que os chineses têm para construir barcos. Eles são grandes construtores navais."

Em 2006, o aeroporto recebeu 48,65 milhões de passageiros, que usaram 376,6 mil vôos. De 2000 a 2006, passou de 93º para o 28º colocado entre os aeroportos com maior volume de vôos. Em transporte de cargas, passou de 31º para 21º. Em volume de passageiros transportados evoluiu mais: passou de 42º para 9º colocado.

Inicialmente, seis companhias irão atuar no Terminal 3: Sichuan Airlines, Shandong Airlines, Qatar Airways, Qantas Airways , British Airways e El Al Israel Airlines. No aeroporto há 66 companhias aéreas atuando, sendo 11 chinesas e 55 estrangeiras. Há mais de 5 mil vôos disponíveis para 88 cidades na China e para 69 cidades no exterior.

Você pode escolher pousar em Pequim em um superjumbo Airbus A380. Talvez seja uma oportunidade rara para pensar "até que esse aeroporto não parece ser tão grande".

A evolução do Aeroporto Internacional de Pequim
Terminal 1
Inaugurado em 2 de março de 1958. Reformado até 1º de janeiro de 1980 para atender 60 vôos diários e 1.500 pessoas no horário de pico em uma área de 60 mil m2. Fechado com a inauguração do Terminal 2, foi reestruturado e reaberto em 20 de setembro de 2004.
Terminal 2
Construído de outubro de 1995 a novembro de 1999 para atender 26,5 milhões de passageiros por ano, sendo 9.210 em horário de pico em área de 336 mil m2.
Terminal 3
Construído de 6 de abril de 2004 a 28 de fevereiro de 2008, entrará em funcionamento em duas fases, em 29 de fevereiro e 26 de março. Atende atualmente 1.100 vôos diários. Nos Jogos Olímpicos, estima-se que haverá até 1.600 vôos diários em Pequim, mas suporta até 1.900 vôos diários em uma área de 1,3 milhão de m2. Custou cerca de US$ 3 bilhões e quando estava no auge da construção teve 50 mil trabalhadores em seu canteiro de obra. Estima-se que em 2020 receberá 50 milhões de passageiros.

terça-feira, 4 de março de 2008

No Ninho do Dragão


Feng shui, yin e yang e mitologia influenciaram o projeto do Parque Olímpico de Pequim, desenvolvido para expressar os contornos de um dragão, representante da energia vital da Terra. De acordo com o livro do concurso que definiu o projeto, há um ditado chinês que diz algo como “Quando a energia vital monta o vento, se dispersa; Quando encontra a água, é preservada”. Lung é o dragão responsável por trazer chuva.

A boca do Dragão está voltada para o Rio Qing, onde começa o tratamento da água que será distribuída por todo o Parque Olímpico; seu corpo passa pelo Ninho, o Estádio Olímpico. Parece chocá-lo.

Se tudo gira em torno de alguma coisa, Pequim está dividida em anéis que circundam a Cidade Proibida. No centro, há um eixo que aponta a linha norte-sul da cidade, que graças aos Jogos Olímpicos, está se movendo para o norte.

O Parque Olímpico ocupa uma pequena parte dos anéis três, quatro, cinco e seis, até o Parque Florestal Nacional, agora Parque Florestal Olímpico, por onde passa a Rodovia do Quinto Anel. Seu projeto envolve construções com o que há de mais moderno científica e tecnologicamente para “integrar o desenvolvimento de longo prazo com obras de curto prazo e espaços reservados para o desenvolvimento futuro”.

Sua área mede 113,5 km² e reúne 10 arenas de competições para 11 modalidades, a Vila Olímpica, onde ficarão os atletas, os centros de imprensa e mídia e o Parque Florestal, que ocupa área de 68 km².

O Ninho e o Cubo D´Água foram construídos próximo ao ponto onde a Rodovia Norte do Quarto Anel cruza o eixo norte-sul da cidade.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Concurso definiu o Parque Olímpico


Graças ao Sokan, da Chinatur, e a seus contatos na China, tive acesso ao livro "International Competition for Landscaping of Forrest Park and Central Zone in Olympic Green". Ao invés de tentar traduzir e facilmente cair em um erro nesse caso, vou contar do que se trata, e o título ficará subentendido, assim como parte da cultura chinesa por trás dessa obra.

A Comissão de Planejamento Municipal de Pequim, o Distrito de Chaoyang e a "Secretaria" Paisagística de Pequim, destacadas pela Prefeitura de Pequim, convidaram em julho de 2003 os principais escritórios de design do mundo especializados em planejamento urbano, paisagístico e de engenharia ambiental para apresentarem projetos para uma seleção que definiria como seria a construção do Parque Florestal e da Zona Central do Parque Olímpico.

Participaram da pré-seleção 51 projetos desenvolvidos por 91 entidades independentes, que podiam criar consórcios, representando 12 países: Alemanha, Austrália, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Japão, Singapura e Suíça. Foram selecionados oito projetos. O oito é o número de sorte da China, que abrirá sua Olimpíada às 8 horas e 8 minutos da noite de 8/8/2008.

Foi então montada uma equipe com 30 especialistas, que elaboraram relatórios com as bases técnicas de cada um dos projetos para municiar o júri selecionado, que contou com 13 componentes de quatro países, sendo oito da China e cinco dos demais. Participaram dessa etapa engenheiros, horticultores, economistas, desenhistas, representantes do Comitê Olímpico Chinês (Bocog) e representantes da Prefeitura de Pequim, que selecionaram três projetos, da EDAW Inc. em parceria com a China Architecture Design & Reserch Group, da Sasaki Associates, Inc. em parceria com a Beijing Tsinghua Planning Corporation e da Turen Design Institute. Uma votação pública escolheu os dois primeiros e um quarto projeto, do consórcio Beijing Park Society, Beijing China Research Center of Landscape Architectural Design and Planning, Beijing Topsense Landscape & Design Co. Ltd., Tianxia Original Design Ltd.

Preciosismo citar o nome de todas as empresas, mas conquistaram isso por mérito. O livro foi lançado para documentar o concurso. A idéia quando os projetos foram requisitados, segundo o editor da obra, era refletir o conceito de "Olimpíada Verde, Olimpíada Tecnológica e Olimpíada do Povo. Mesmo com o prefácio tendo sido assinado em dezembro de 2003, as informações são excelentes referências sobre o local.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

É preciso tratar bem o turista


No momento em que fico sabendo que a agência de turismo Chinatur passou a disponibilizar em seu site os textos deste blog, leio na coluna Última Moda, de Alcino Leite Neto, na Folha de S. Paulo, uma nota que chama a atenção para os cuidados necessários no trato ao turista.

Informa que agências de turismo da China passaram a boicotar as Galeries Lafayette depois que um casal de chineses foi destratado e levado à polícia.

A nota destacava ainda que os chineses estão entre os povos que mais têm aumentado sua presença na França como turistas, o que a ocorrer também no Brasil.

A foto que ilustra o texto foi retirada de http://www.TravelerPhotographs.com.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Vamos jogar cùjú?


Se o Brasil é o país do futebol, será que um dia a China voltará a ser o país do cùjú? Em chinês, "cu" - por favor, pronuncia-se [su] - significa chutar e "ju" [tju] bola de couro, e dava nome para o futebol local que, atenção, era jogado há mais de 2.500 anos.

A foto é de uma bola utilizada no esporte, mas não encontrei um texto que dissesse de quanto tempo atrás, mas o esporte foi citado pelo site da Fifa, que reconheceu sua antiguidade.

Segundo o ChinaCulture.Org, o jogo era composto por 12 jogadores de cada lado, sendo seis "goleiros" para guardar os seis gols que tinham de cada lado. Imagina só: 12 gols! Devia sair muito gol durante os jogos, ao menos na Dinastia Han, e era um jogo de elite, assim como no Brasil, quando foi introduzido.

As imagens em pinturas têm muitas mulheres praticando o cùjú, o que talvez explique o fato de a China ter uma das melhores seleções femininas de futebol do mundo enquanto a masculina ainda terá de fazer muito intercâmbio para se tornar verdadeiramente competitiva.
Mas havia mais de um cùjú, o zhu qiu, tinha uma rede e jogadores dos dois lados, como se fosse o futevôlei, e o bai da não tinha gols. Está aí o poder da Fifa, ter definido uma regra e colocado o mundo todo para jogar, incluindo os determinados chineses.

Hora de malhar


O ano já é o do rato, os dias estão passando e se aproximam os Jogos Olímpicos, agitando Pequim, mas apesar de a China ter se transformado em potência olímpica em uma evolução gradual desde sua primeira participação em Olimpíadas, em Los Angeles-1984, cem anos depois da disputa da primeira Olimpíada da Era Moderna, em Atenas-1894, o esporte é encarado no país como uma forma de melhorar a saúde dos jovens.

Estudos apontam que a potência muscular dos adolescentes na China tem decaído nas últimas décadas, o que levou o governo a adotar um "Programa Nacional de Preparo Físico", em 1995, incentivando a prática de esportes pelos jovens, principalmente. Apesar de o estereótipo do chinês ser de um sujeito magro, a obesidade cresce também por lá.

É comum ler que a prática esportiva na China antiga valorizava a harmonia, o que contrasta com a competividade de altíssimo nível de uma Olimpíada, por exemplo. Difícil imaginar, hoje, um atleta como Liu Xiang, recordista mundial dos 110 metros com barreira desde 11 de julho de 2006 (12s88), esteja apenas em harmonia consigo mesmo na desejada findal olímpica, quando buscará o bicampeonato mundial. Liu Xiang acumula também a melhor marca mundial de todos os tempos entre os juniores nos 110m com barreiras, estipulada em 2002: 13s12.

Para o país do tai ji quan (tai chi) é uma outra forma de assimilar os valores ocidentais e há quem garanta que os chineses conseguirão o melhor desempenho já alcançado no quadro de medalhas na história olímpica. Já ouvi de mais de um descendente chinês. Resta aguardar para saber se é torcida dos Pachecos chineses ou se um novo recorde de medalhas de ouro será mesmo estipulado. O Ano do Rato promete.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Beijing 2008 licencia módulo do Ninho


A organização da Olimpíada de Beijing 2008 e a administração do Estádio Nacional transformaram em produto licenciado dos Jogos o primeiro módulo da estrutura metálica desenvolvida para a construção do Ninho do Pássaro.

A peça foi produzida em uma escala 1:100 e representa o primeiro dos 24 módulos desenvolvidos para sustentar o Estádio Olímpico. Cada uma das 5 mil peças vendidas com certificado de autenticidade mede 5,05 centímetros de altura, pesa 10,5 quilos e custa 29.800 yuan, cerca de R$ 7.300, se minhas contas estão certas na conversão para euros e depois para reais. Foram todas produzidas com sobras do material empregado na construção.


Do ponto de vista tecnológico, a estrutura de aço do Estádio Nacional foi a parte mais difícil de ser realizada no projeto. O estádio real tem 40 metros de altura no eixo norte-sul e 69 metros no eixo Leste-Oeste.

Causeway Bay, Hong Kong


Serve como cultura geral, digamos assim. O Estadão publicou uma matéria do correspondente em Genebra, Jamil Chade, sobre uma pesquisa que apurou que o segundo metro quadrado comercial mais caro em todo o planeta Terra fica em Causeway Bay, em Hong Kong.

A liderança é da 5ª Avenida, em Nova York, onde um metro quadrado comercial custa € 849 (R$ 2.200), muito acima de Causeway Bay, onde custa € 686 (R$ 1.780). Na Avenida Champs Elysées, em Paris, custa € 522 ( R$ 1.355).

O metro quadrado mais valorizado no Brasil seria o Shopping Iguatemi, onde custa € 131 (R$ 340). Não entendi a comparação do preço de um endereço privado entre avenidas inteiras, mas enfim, vale a curiosidade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Beijing 2008 apresenta o seu Cubo D'Água


Uma das obras mais extraordinárias da história dos Jogos Olímpicos foi apresentada oficialmente hoje, o Cubo D'Água, o conjunto aquático que receberá as provas de natação, saltos ornamentais e nado sincronizado de Beijing 2008 e que estava em contrução desde 24 de dezembro de 2003.

Mais de 1 milhão de metros quadrados de Etileno-Tetrafluoretileno (ETFE) foram usados para revestir uma estrutura metálica que sustenta o prédio que ocupa uma área total de 100 mil metros quadrados.

Apesar de só conhecer por fotos (por pouco tempo, espero), o prédio é imponente. O ETFE já havia sido usado para tornar único o Alianz Arena, estádio do Bayern de Munique utilizado na Copa do Mundo da Alemanha 2006, e agora volta para ser uma das pérolas da coroa chinesa neste ano, mostrando o arrojo da obra erguida por um consórcio sino-australiano.

O ETFE, como me ajudou meu amigo Marcos, que é engenheiro químico, é uma película que pode ser comparada a um plástico, com durabilidade de 20 anos, e que vem sendo utilizado em grandes obras que exigem grande transparência. Por seu composto ter cerca de 1% do peso do vidro, tem sido cada vez mais aplicado, além de também ser reciclável.

Sua concepção imita uma bolhas de sabão, que dão um aspecto impressionante à obra. A sofisticação da engenharia civil marca presença nos Jogos Olímpicos, se tornando em um atrativo extra em um dos maiores eventos esportivos do mundo.


Os valores oficiais aplicados em sua construção não foram divulgados, mas especula-se que tenham sido consumidos mais de 140 milhões de dólares (cerca de 240 milhões de reais). Lá dentro haverá uma piscina de 50 metros, outra para aquecimento dos atletas que irão competir e outra para as provas de saltos ornamentais, onde serão disputadas 42 medalhas de ouro.


domingo, 27 de janeiro de 2008

O jade e as medalhas de Beijing 2008


Faltavam 500 dias para a Olimpíada da China quando exibiram as medalhas dos Jogos Olímpicos pela primeira vez. Agora, faltam 193 dias e ainda encontro novidades sobre o significado do jade que estava incrustado nas medalhas.

Chamados de "bi" [pronunciá-se 'pi'], discos de jade verde-escuro com um orificio central eram usados em cultos aos céus, enquanto para os cultos voltados para a terra era usado o "cong" [son], "um bloco de quatro faces com uma abertura cilíndrica no sentido do comprimento", segundo o livro "A Cultura Chinesa", editado por Ding Wei.
Enquando os nobres usavam enfeites de jade para demonstrar sua riquezza, os chineses em geral davam jade de presente aos recém-nascidos para evocar proteção e sorte.

No livro conta-se que para Confúcio, "o brilho do jade (usado nos rituais) representa a bondade e a serenidade e sua clareza imaculada, elegância e refinamento". Dessa forma, com o passar do tempo, o confucionismo se estabeleceu, e os objetos rituais de jade passaram a simbolizar o caráter superior e a perfeição moral.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Concreto e grama


A China tem ao longo de seu território problemas terríveis de desertificação do solo. Depois da revolução de Mao, os espaços gramados eram vistos como marcas da colonização britânica e foram destruídos, potencializando o problema em algumas regiões.


Ciente desses problemas, as soluções de arquitetura no país para a Olimpíada de Beijing 2008 recomendou o uso no Parque Olímpico da "concregrama" ou concreto com grama, o que permitiria a pavimentação do piso sem correr riscos de impermeabilizar a área, uma preocupação de harmonizar o ambiente.


Se vai funcionar com todo mundo lá dentro, só vão saber durante os Jogos, mas é uma idéia que pode ser aplicada em qualquer lugar.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Menos limpo, menos azul



O jornal The New York Times, dos Estados Unidos, publicou matéria na quinta-feira da semana passada contestando onível de excelência das pesquisas sobre a qualidade do ar em Pequim que foram usadas pelo governo para dizer que a meta de "dias de céu azul" foi alcançada.


Informa que a partir de 2006, foram alterados os métodos de análise, sendo que entre outras coisas, duas estações de medição em áreas poluídas foram desativadas e que outras três, em áreas limpas, foram usadas na coleta de dados. Assim, não teria mudado a qualidade do ar, mas os pontos em que as medidas são feitas, o que mostraria também existirem pontos de diferentes concentrações de poluentes na cidade.


A matéria do NY Times informa que são meidos em 84 cidades os níveis de poluição por dióxido sulfúrico, dióxido de nitrogênio e outros poluentes, que são classificados em conjunto em uma escala que vai de 1 a 500, sendo 500 o pior cenário.

Considera-se que qualquer marca abaixo de 101 representa "um dia de céu azul" e que em 1998, ocorreram 100 dias de "céu azul" e que em 2007, foram 246.

Há pelo menos um blog na internet que acompanha a qualidade do nível do ar em Pequim. Para quem quiser acompanhar o assunto em detalhes, é uma opção.

Em busca de um céu de brigadeiro



Realizar a Olimpíada em Pequim vai além de antecipar obras para refazer a infra-estrutura da cidade e mudar o perfil sócio-econômico da capital, que está deixando de ser majoritariamente industrial em seu centro para passar a explorar mais o turismo, se tornando uma moderna porta de entrada para a China.

Ganhar o maior número possível de medalhas é apenas um dos índices de eficiência existente nos Jogos Olímpicos, principalmente para aqueles que assumem a responsabilidade de organizá-los. Além de os estádios estarem quase todos prontos e neles já terem sido-teste para os Jogos, querem demonstrar serem capazes de alcançar as metas estipuladas em áreas muito diversas.

Um dos maiores problemas de Pequim são seus altíssimos índices de poluição, principalmente por haver muitas indústrias defasadas na cidade. Mas eles prometeram na candidatura a sede, que o ar da cidade estaria tão limpo quanto o de Paris na Abertura dos Jogos, o que poderá ser medido para comparação, em agosto.

Não é pouca coisa, algo como transformar Cubatão em Ipanema. Mesmo assim, o governo estipulou uma meta de fazer acontecer 246 dias de céu azul sobre Pequim em 2008. Ou seja, dias em que fosse possível ver o azul do céu, já que as nuvens de poluição podem ser imensas por lá. Anunciaram no fim do ano que conseguiram alcançar o objetivo, de acordo com os parâmetros estipulados por eles mesmos. Para 2008, estipularam em 256 os dias que terão boa qualidade de ar. Em 2007 foi necessário desativar indústrias, com o conseqüente corte de empregos, e foi testado também o impacto que teria promover rodízios de veículos.

A preocupação com o céu vai além da qualidade do ar. A Reuters divulgou que o aeroporto de Pequim fará 1.350 vôos diários para garantir que todos os vôos saiam no horário e que as empresas que não cumprirem o cronograma de julho a setembro, poderão ter a rota atrasada suspensa para todo o trimestre. A nota informa que o número de passageiros no ano passado foi de 185 milhões e que em 2008, irá para algo como 200 milhões. Pouco menos de 25% dos vôos não saíram no horário em 2007 na China.

Mas para que os vôos saiam na hora é fundamental que haja "céu azul" sobre Pequim, pois as grossas nuvens de poluição podem atrasar os vôos em dias. Será interessante acompanhar o que irá acontecer com tudo isso após a Olimpíada. Talvez aí esteja outra grande lição.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O Ano Olímpico de 4705


O tempo passou e o Ano Olímpico de 2008 chegou, com Pequim fazendo uma grande festa para celebrar o Ano Novo do calendário ocidental, já que o Ano Novo chinês só será celebrado no dia 7 de fevereiro, quando começará o ano 4705.


Mas o que importa é que seja em 2008 ou em 4705, este é um Ano Olímpico e a atenção do mundo se voltará para Pequim até a Cerimônia de Abertura, dia 8 de agosto, e mais intensamente até dia 24 de agosto.


Dessa forma, o Portal do Estadão disponibilizou material da Time Out sobre atrações e muitas outras informações, com cultura útil sobre o que o turista deve esperar em sua viagem a Pequim.


Uma das informações é que na China não se costuma dar gorjetas, mas há quem deixe trocados sobre a mesa. Mas o visitante não deve se surpreender caso um garçom corra atrás dele para avisar de que esqueceu dinheiro sobre a mesa. As gorjetas muito altas não são aceitas.