sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Patriotismo para o chinês


A Folha de S.Paulo publicou ontem um artigo interessante assinado por Zhou Shixiu, professor titular de história da Universidade de Hubei (China) e professor visitante da Unesp (Universidade Estadual Paulista), e Luís Antonio Paulino, professor da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp-Marília, que trata do patriotismo dos chineses constatado nos Jogos Olímpicos Beijing-2008.

Para quem não é assinante e não tem acesso ao texto, vale comentar que explica o significado do hino chinês:
"Levante-se povo que não quer ser escravo. Vamos juntos construir uma nova Grande Muralha com nossos corpos. Nossa nação enfrenta grandes perigos. Cada um de nós deve gritar com todas as suas forças. Levantem-se, levantem-se, milhões em um só coração. Enfrentemos o risco do fogo e dos canhões inimigos. Avante, avante."

Apesar da história milenar da China, o hino foi adotado apenas depois que o Partido Comunista se estabeleceu, em 1949. Se chama "Marcha do Exército de Voluntários" e foi criado após a invasão japonesa de 1937. Foi com essas referências e sob esse canto que os chineses disputaram e torceram pelos Jogos Olímpicos.

O texto explica que no século 18, a China era a maior economia do mundo, "mas como sempre foi pacífica, não estava preparada para enfrentar as agressões militares que sofreu para abrir seus mercados para o Ocidente".

Me ocorreu que talvez essa realidade explique porque Deng Xiaoping recorreu ao Exército chinês quando buscou um pacto para implantar as Zonas Econômicas Especiais na China, em uma luta individual que teve de vencer inacreditáveis barreiras, como descreve o livro "A China de Deng Xiaoping".

O texto aponta que os chineses aplicaram à sua vida um ensinamento antigo: "Não andar para a frente significa voltar para trás."

Mas talvez entre todas as dicas que o texto transmite a nós, ocidentais, para que entendamos um pouco melhor a China e seu povo uma das mais importantes é na China se fala sobre democracia e liberdade, "sempre pensando com a responsabilidade. A maioria dos chineses sabe que a realização de democracia deve se dar passo a passo".

Outra boa dica é a afirmação de que há um objetivo comum na China, que é construir um país "de estudo, de inovação e de desenvolvimento sustentável", já que, segundo os autores, "uma nação bem organizada, unida e trabalhadora pode fazer milagres".

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