segunda-feira, 17 de março de 2008

十五分中文


Assim como viajar é excelente oportunidade para aprender um pouco de uma nova cultura, conhecer um pouco dessa cultura é enriquecedor para quem vai viajar, principalmente se tratando de China, seja para aproveitar mais profundamente uma visita à Grande Muralha ou compreender as motivações e os significados dos atuais protestos no Tibet.

Na linha de que "uma viagem começa muito antes do embarque no aeroporto", comprei um curso prático de chinês chamado "15 Minutos Chinês", lançado no ano passado pela Dorling Kindersley (15-Minute Chinese) e, neste ano, pela Publifolha em português.

Comprei pelo site da editora para ver se me ajuda a estudar e, sinceramente, eu recomendo sem medo. Ele é muito prático, com situações reais, como comprar um laptop, reservar um quarto de hotel ou dizer a um médico que é diabético ou que está sentindo dores no peito. Convenhamos: vai ser fácil chegar até o médico e ele compreender que está com dores no peito? Não... Mas pelo menos vai poder apontar para ele a frase no guia. Espero sinceramente que ninguém precise desse capítulo.

Não, sério: para aprender frases básicas e curtas é um boa opção entre o que já vi nas livrarias. Tem um formato prático e é acompanhado por dois CDs que podem (será que podem?) ser convertidos para MP3 e carregados para todos os lados no bolso em um tocador. Ouvir a pronúncia do que está escrito e traduzido para o português é uma boa forma de aprender alguma coisa em chinês, principalmente com o caos que está o trânsito das grandes cidades ou mesmo para dar alguma utilidade ao tempo que se perde em filas ou aguardando para ser atendido por alguém.

Como o título deste texto dá a entender, >:O) a idéia é que por dia você estude apenas 15 minutos, seja antes de dormir ou ao acordar, ou enquanto espera o filho sair da escola ou toma um café na padaria... É questão de disciplina. E uma boa oportunidade para se divertir com as entonações. Seja como for, cada um dos 12 capítulos é dividido em cinco etapas, um para cada dia da semana, mas, evidentemente, ninguém vai aprender exatamente assim. Não é tão fácil, infelizmente. Mas o método é bom, com frases realmente úteis e curtas. Com perguntas e respostas.

Um ponto positivo são as dicas culturais, como saber que nos hotéis há garrafas térmicas com água quente nos quartos, que se alguém convidá-lo para entrar em casa você deve tirar os sapatos e levar um presentinho, como uma garrafa de cachaça brasileiríssima, que não deve brincar com cães das casas porque eles são ferozes, já que são cães de guarda e não de estimação, ou que os modelos de sapatos na China são normalmente menores que os brasileiros.

Mas com 15 miutos por dia pode selecionar frases que considere mais importantes e ouvir sua pronúncia para saber perguntar sobre o quarto de hotel. O esforço para falar a língua do país na viagem sempre é muito bem recompensado, seja na França ou na Alemanha. Na China , dizem, não é diferente.

É uma boa obra. Para mim, valeu o investimento, apesar de irritantemente ter um defeito inaceitável: além de ter as expressões com os ideogramas, tem o pin yin, que indica para o ocidental como é a pronúncia, mas não há os acentos que indicam o tom da pronúncia e nem explicam por que deixaram isso fora. Para quem estuda chinês é incompreensível terem tomado essa decisão. Os tons mudam absolutamente tudo na língua, não é como português que não faz muita diferença na hora de falar se "português" tem ou não acento. Imperdoável. Apesar de haver chineses que dizem que essa história de tom é coisa para estrangeiro, porque quando eles falam não pensam no tom. Mas se vai ensinar, que ensine corretamente.

Só como curiosidade, no título coloquei em ideograma "15 minutos chinês" e usei "15 minutos zhōng wén" que é a lingua chinesa escrita. A língua chinesa falada seria "15 minutos hān yǔ" (汉语). São esses sinais sobre as vogais que faltam, infelizmente, no "15 minutos chinês", o que tira muito de seu valor. Por isso, é uma boa obra, não excelente

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