quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A nova Pequim


As Olimpíadas Beijing 2008 são um momento para a China se mostrar ao mundo após sua abertura econômica, mas o país tenta aproveitar o momento para apresentar uma nova Pequim.

Não me sai da cabeça a frase-compromisso do ministro do Meio Ambiente da China, Xie Zhenhua, em dezembro de 2000: "Hoje, a qualidade do ar em Pequim não é tão boa quanto a de Paris. Mas em 2008 será igual." Disse isso antes mesmo de Pequim ser anunciada como a sede dos Jogos Olímpicos.

Passados quase sete anos daquele dia, a poluição no céu de Pequim não parece ter mudado tanto assim, mas na verdade, a cidade não é mais a mesma. Apesar de ser a capital do país, Pequim era uma cidade industrial, com antigas e grandes fornalhas e fornos queimando toneladas de carvão (foto).

É mais ou menos como se a capital do Brasil tivesse sido transferida para Cubatão e fizessem os Jogos Olímpicos lá.

No entanto, assim como em Cubatão, muitas dessas siderúrgicas já foram desativadas nas últimas décadas e está cada vez mais difícil encontrá-las, ao menos próximo ao centro. Mais de 200 indústrias foram tiradas da área urbana. A cidade ganhou um novo distrito industrial, mais moderno. Muitas residências já queimam gás natural para ficarem aquecidas no inverno e há investimentos maciços para fomentar empresas de alta tecnologia e potencilizar o turismo, como atesta o historiador e amigo Paulo Vicentini, que mora em Pequim há praticamente cinco anos.

Ele me contou que apesar de ainda ser difícil ver o céu azul, a poluição atmosférica industrial está diminuindo e crescem os distritos tecnológicos de Haidian e Yizhuang, onde há incontáveis empresas de alta tecnologia e mais de uma dezena de universidades e institutos de pesquisa ligados à Academia de Ciências da China.

Bom papo o Paulo Vicentini, que está prestes a tocar um projeto pessoal de percorrer a Rota da Seda. Temos nos falado muito, apesar do fuso-horário.

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